quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ser ou não ser de ninguém

Eis a questão da geração tribalista
Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também´. No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.


Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´..
Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...

Texto atribuído a Arnaldo Jabor, eu como nem sempre me contento com uma única fonte, principalmente quando se trata de Arnaldo Jabor (que tem muitos textos que não de sua autoria atribuídos a ele), pesquisei e encontrei outras versões do texto e outros autores também, como Mônica Montone.

Enfim, gostei do texto. Retrata o que vivemos hoje. Não sei o que aconteceu, mas as pessoas não tem valorizado o casamento e a instituição família. As relações e o sexo foi banalizado de tal forma que muitas vezes, primeiro a pessoa vai pra cama com a outra e só depois ela conclui se vale a pena conhecer melhor a pessoa.
Tudo isso me remete ao livro que acabei de ler "Sede Fecundos" (Pd Léo). Onde o padre fala do sexo e da sexualidade como algo santo, como algo lindo. Ele afirma que com a genitalização da relação sexual, ela deixa de ser um encontro total (de corpos, de alma) para ser um encontro de corpos ou apenas de órgãos. O Padre usa uma linguagem bem direta pra falar do assunto, mas é isso mesmo que está acontecendo, e o que se encontra depois numa relação assim, é sempre o vazio.
Apesar de achar o livro um pouco repetitivo, ainda considero uma ótima leitura para casais, um ponto de partida para reflexão.

Sinopse:
Deus, quando nos criou homem e mulher, concedeu-nos o dom de amar e a capacidade de exteriorizar esse amor de várias maneiras. Uma delas é o sexo. Mas a experiência da sexualidade é uma bênção apenas quando aprendemos a vivê-la do modo certo e compreendemos a dimensão da expressão “entregar-se inteiramente ao outro”.
Hoje, infelizmente, os meios de comunicação têm banalizado o sexo, transformando o prazer num ato individualizado, meramente carnal, em que homem e mulher pensam apenas em sua satisfação pessoal, e não nas necessidades e nos sentimentos do outro. Novelas, filmes, músicas expõem o sexo de forma suja e obscena. A mídia nos bombardeia a todo instante com cenas pornográficas, com sexo sem amor e sem respeito, fazendo com que essa inversão de valores pareça normal e correta.
Mas não foi esse o propósito de Deus ao nos fazer seres sexuados, capazes de sentir prazer, atração física, desejo. Seu intuito era que expressássemos nosso amor na totalidade do corpo e da alma, que olhássemos nos olhos um do outro e demonstrássemos nosso amor sem barreiras e sem preconceitos.
A partir de sua vivência em Bethânia e do trabalho com casais, padre Léo percebeu o quanto é raro encontrar textos que ajudem a pensar a sexualidade como algo belo e santo. E foi assim que nasceu Sede Fecundos, um livro de linguagem franca, que aborda os mais diferentes temas da vida sexual e que já tem ajudado homens e mulheres a exercer a sexualidade como fonte de bênção e graça.

3 comentários:

Breno Alvarenga disse...

Livro pornográfico... hehe
anted que vc me dê um sermão daqueles: to brincando tá... to gostando de ler o livro, mas eu fiko meio de boka aberta qnd vejo alguns termos e informações...

Bia disse...

Oi Jane!

Esse é o padre que todo mundo diz que é bonito?! Eu to super fora dessas coisas de religião, e acho que o mais perto que eu cheguei de religião ultimamente foi com o portuga (que é aprendiz de padre)!

Olha, se tivesse que escolher hj, nesse exato momento, eu escolheria ser livro, sem casamento, família, filhos, nem nada. Mas como libriana, amanhã eu já penso e quero outra coisa.

bjs

Jane disse...

Breno,
Não vou mais de dar "sermão" não!
:P

Bia,
O padre Léo já morreu, acho que ha dois anos. Esse padre que vc falou é o padre Fábio, aprendiz do padre Léo.
Eu estou num momento bem religioso. Com mt fé e isso só tem me feito bem.
No final do livro o padre fala sobre o sacramento do matrimonio. Nem todos tem essa vocação. A vocação que todos temos é para ser feliz!
Por isso o mais é importante é sermos felizes, seja qual for a escolha!
Bj