quinta-feira, 31 de julho de 2008

Desigualdade

Hoje a tarde fizemos conselho de classe e agora a noitinha reunião com os pais.







Nas duas semanas que passei em São João del Rei eu trabalhei com crianças das classes médias e elite. Eram crianças que estavam participando do Inverno Cultural, fazendo oficinas na área de Arte-Educação. Fiquei impressionada com o vocabulário riquíssimo dessas crianças, com a forma que se expressavam. Não era pra menos, são filhos de médicos, dentistas, professores da univerdade... Pessoas que tem Capital Cultural.





Estar em contato com essas crianças me permitiu fazer um paralelo com a realidade que eu vivencio diariamente.
Trabalho em uma escola de zona rural que atende crianças provenientes das camadas populares. Filhos de bóias frias, trabalhadores do campo.





As vezes eu espero coisas que eles não podem me dar. Quando estou em contato com os pais isso fica mais claro pra mim. O meio em que essas crianças vivem não favorece o seu desenvolvimento integral. Elas não têm acesso à um mundo letrado, o jornal que elas têm em casa é para acender o fogão a lenha.





Enquanto trabalhava na universidade tbm observei algo curioso: Nas duas oficinas que trabalhei, num total de 25 crianças, não havia nenhuma negra. Na escola rural onde trabalho a grande maioria das crianças são negras.





Coincidência?





Estou falando de crianças. Estou falando de educação. Estou falando de Capital Cultural, de exclusão. Estou falando de Brasil.





É triste perceber esse abismo.

Um comentário:

Fernanda disse...

Amiga a exclusao social eh um assunto muito triste! Fico feliz de que pelo menos algumas criancas podem ter a chance de ter pessoas como vc na vida delas, vc pode ter certeza que vc pode fazer uma grande diferenca e tenho certeza que vem fazendo. Te admiro muito e tiro o chapeu pra todos os educadores dedicados como vc!